Paciente mulher com 51 anos de idade apresentou-se à Clínica Multidisciplinar da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP com a seguinte queixa: eu sou transplantada e tenho gengivite. O histórico médico incluía transplante renal, infecções urinárias recorrentes, diabetes pelo uso de corticoides, hipertensão e arritmia cardíaca. Relatou o uso de ciclosporina-A, metformina, omeprazol, imunossupressores e anti-hipertensivos. Ao exame clínico intraoral observou-se hiperplasia gengival inflamatória generalizada e língua saburrosa. A radiografia panorâmica indicou reabsorção óssea moderada, e lesões periapicais nos dentes 1ºMSE e 1ºMID. O hemograma apontou discreta leucocitose e série vermelha normal. A análise bioquímica revelou elevação de ferritina, creatinina, glicose e potássio. O plano de tratamento odontológico incluiu adequação bucal por meio de profilaxia de placa bacteriana dental com ultrassom, raspagem e curetagem subgengival e supragengival, exodontia do 1ºMSE, prescrição de bochecho com solução de clorexidina 0,12% aquosa e uso de escova dental de cerdas extra-macias. O objetivo deste relato de caso clínico é descrever a conduta odontológica sem necessidade de modificação da terapêutica imunossupressora em pacientes transplantados renais e o impacto desta ação na qualidade de vida.
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